terça-feira, 5 de março de 2013

Desvanecimentos

TRAMANDAÍ, RS
 
As praias, para mim, são sempre lugar de contemplação. Não gosto de praias cheias de gente, como acontece por aqui durante o verão.  Prefiro as areias largas, extensas, sobre as quais o mar se projeta manso, macio, em forma de espumas, transformando-as de repente em espelhos efêmeros que refletem o céu, as nuvens e as poucas pessoas – pequeninas e distantes – que ali estão em busca da mesma serenidade, paz e sossego que eu também procuro.
 
Adoro o mar. O cheiro da maresia me encanta e inebria. O nascer e o por do sol no mar e na praia são momentos mágicos que me fascinam e emocionam. Não existe um nem outro igual ao que o antecedeu. Cada um é um espetáculo único, que jamais se repete, em tempo algum. Sempre novo. Sempre lindo. Eternamente maravilhoso!
 








 
 
Mas o mar, nas grandes enseadas e nos recantos rochosos me causa medo. Aprecio-o. Venero-o. Reverencio-o como quem reverencia deuses pagãos desde épocas primitivas e imemoriais. Mas ao se precipitar com impetuosidade sobre as grandes pedras e de encontro aos imensos paredões, sinto seu rugir assemelhar-se ao vozeirão medonho de uma fera desconhecida e indomável sempre pronta a devorar impiedosa qualquer ser que ouse enfrentá-la. Por isto, gosto mesmo é das imensidões planas onde a linha do horizonte é tênue o bastante para transformar areia, mar e céu num cenário único e indivisível  sem contrastes bruscos e acentuados, mas, ao contrário, sutilmente harmônico.
Gosto das dunas e de caminhar na areia fina, microscópica, sobre a qual o vento cria esculturas e desenhos jamais imaginados pelas mentes dos artistas mais portentosos. E gosto, também, de fotografar tudo isto, como fiz recentemente, e cujas fotos, em parte, mostro hoje pra vocês.
Evandro

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