quarta-feira, 23 de março de 2016

Por terras lusitanas – XII

NUNCA SE PERCA EM LISBOA 

    Não há como se perder em Lisboa. Mas... pode acontecer, por que não? Em situações assim não entre em pânico. Aproveite para curtir – e fotografar – detalhes aos quais nem sempre damos importância. Desenhos das calçadas e praças com as “pedras portuguesas”, sacadas em ferro trabalhado (quase sempre decoradas com roupas coloridas), os “frades de pedra” (iguaizinhos a alguns dos que ainda se encontram em Porto Alegre), alguma estátua ou monumento quase oculto num recanto de jardim... ou os nomes pitorescos e românticos das ruas, becos, ladeiras, travessas, “escadinhas” e largos. 










    Algumas vezes me dediquei a este último exercício (sem esquecer os outros, que ainda vou lhes mostrar em postagens futuras). Há nomes belíssimos, como o Beco da Rosa, Rua dos Remédios, Escadinhas de Santo Estêvão, Rua da Hera. Há nomes bucólicos e curiosos, como Travessa do Poço dos Negros, Rua do Vigário, Travessa das Galinheiras, Calçada dos Cesteiros. E os que evocam personagens ilustres, como Largo Doutor Bernardino António Gomes (Pai, é bom deixar bem explicado), Rua Almeida Brandão, Largo do Chiado (António Ribeiro Chiado, Poeta do Século XVI) e como não poderia deixar de ser, a Praça Luís de Camões, o grande Poeta. Além de muitos outros, naturalmente. 









    É bom andar em Lisboa. Caminhar sem rumo certo, sem itinerário estabelecido, deixando-nos conduzir pela intuição que jamais nos decepciona, pois sempre leva a lugares que nos surpreendem e emocionam pela sensação de reencontrar algum fragmento de passado que, no íntimo, sabíamos que existia. Reminiscências, talvez, do que em tempos remotos, tenha feito parte de nossa vida, mas o destino, por desígnios inescrutáveis, tentou ocultar, sonegando de nossas lembranças. Talvez!... 

Evandro 

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