quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Santa Maria


O PADRE E A SUA IGREJA










Dias atrás, em Santa Maria, andei pela Avenida Rio Branco para ver a restauração do grande canteiro central, que durante anos esteve deteriorado e sofreu muitos maus tratos. Fiquei feliz ao constatar que as obras de restauração já se encontram em fase bem adiantada, com o calçamento em pedra portuguesa praticamente pronto na maior parte de sua extensão (e mantendo o seu desenho original). Os antigos bancos também foram cuidadosamente consertados e luminárias com a sua forma antiga (não sei se iguais às originais, que não conheci) também ornamentam a bela e tradicional Avenida central da Cidade.

Não fiz muitas fotos dali, pois espero registrar, mais adiante, quando já estiver pronta, toda a beleza dos velhos tempos que ela, certamente, vai resgatar. Todavia, aproveitei para retratar este monumento que há muitos anos aprecio como sendo um dos mais belos – embora o seu despojamento – dentre os diversos existentes na Cidade Universitária. Ele homenageia um personagem muito venerável e sempre que olho esta estátua faço-o com a máxima veneração e respeito. Trata-se do Padre Caetano Pagliuca, cujo monumento está localizado em frente à Catedral (agora Arquidiocesana) que ele ajudou a construir.

Padre Pagliuca e a Catedral de Santa Maria são símbolos inseparáveis e a ela e à sua história estão intimamente ligados.

O Padre Caetano nasceu na Itália, em Montefalcione, no dia 28 de março de 1874. Ainda como seminarista, com a idade de 18 anos, veio para o Brasil, chegando a Porto Alegre no mês de março de 1893. Em 1897 recebeu sua ordenação sacerdotal, na Ordem dos Palotinos.

Transferiu-se para Santa Maria em dezembro de 1900 e durante 36 anos foi pároco da Paróquia Central. Trabalhador incansável, a ele se deve, além da construção da Igreja Matriz – atual Catedral Arquidiocesana (*) – também a da Igreja de N. S. das Dores onde foi pároco a partir de 1936, do Hospital de Caridade, e de diversas escolas e capelas.

Falecido em Santa Maria no dia 10 de julho de 1957, com a idade de 83 anos, conquistou a admiração e o respeito dos santa-marienses e é sempre lembrado como um dos grandes personagens da Cidade, que soube reconhecê-lo condignamente agraciando-o com o título de Cidadão Santa-Mariense através da Lei Municipal nº 557, de 4 de junho de 1957, pouco antes de seu falecimento.

As dez fotos que hoje publico, retratam o Padre Caetano Pagliuca e a Catedral, diante da qual ele permanece de pé, sobre o pedestal de onde vislumbra o belo Templo que ele ajudou a construir e onde seu nome ficou gravado para sempre na vida, na história e no coração de uma Cidade que o acolheu como a um dos seus.

Evandro

(*) A Catedral de Santa Maria passou a ser denominada Catedral Arquidiocesana, em 13 de abril de 2011, elevada que foi da antiga Diocese criada em 15 de agosto de 1910. O cargo de Arcebispo é exercido, atualmente, por Dom Hélio Adelar Rupert.

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