quinta-feira, 14 de julho de 2011

Bom Fim

UM BAIRRO PITORESCO

A história do Bairro Bom Fim teve início no final dos anos 1700 quando não passava de uma área destinada a abrigar o gado que era trazido para o abastecimento local. Foi chamado primeiramente de Campos da Várzea. Com a construção da Capela do Senhor do Bom Fim, entre 1876 e 1872, passou a denominar-se Campo do Bom Fim. Até o final do século XIX não passava de uma pequena povoação com raríssimas casas, algumas chácaras e sítios e mata nativa, muitas vezes utilizada como refúgio de escravos.

A partir de 1888, muitos desses escravos, já libertos, mas não tendo para onde ir, foram se abrigando na região, daí se originando o nome de Campo da Redenção, alusão feita à abolição da escravatura, devida a Lei Áurea da Princesa Isabel, “a Redentora”.





Na segunda década do século XX, começaram a chegar as primeiras famílias judaicas em Porto Alegre, que se instalaram nas imediações da Avenida Bom Fim, atual Av. Osvaldo Aranha desde 1930, e em suas transversais como a Rua Santo Antônio, a Rua Silveira Martins, hoje Rua Gen. João Teles e a Rua Dom Afonso que, posteriormente, chamou-se Ramiro Barcelos. A comunidade judaica foi construindo suas casas, seu templo de oração – Sinagoga - pequenos comércios e oficinas que, mais tarde, vem a formar um bairro residencial e comercial, especialmente equipado por lojas de móveis. Desde 1944, o Hospital de Pronto Socorro funciona nas esquinas das avenidas Venâncio Aires e Osvaldo Aranha. No que se refere a lazer e cultura o Bom Fim sempre apresentou um perfil bastante diversificado. Em 1931, foi inaugurado o cinema Baltimore, localizado na Av. Osvaldo Aranha, com instalações modernas e confortáveis, apresentando filmes sonoros, novidade para época. Muitos bares e restaurantes tradicionais como O Fedor, freqüentado pela comunidade judaica que se reunia para trocar idéias, o Bar João e a Cia das Pizzas. O mais antigo era o Bar e Restaurante Minas Geraes. Nas décadas de 70 e 80, tivemos o auge da música que referenciava o Bom Fim, pelas composições de Nei Lisboa e Kleiton & Kledir. É lembrado até hoje por sua boemia e intelectualidade. Foi reconhecido como bairro através da Lei 2022 de 7/12/1959, ficando limitado pela Avenida Osvaldo Aranha, da esquina da Rua Sarmento Leite até a Felipe Camarão, até a Rua Castro Alves, sempre paralelo a Avenida Independência.”

Não podemos esquecer, também que uma das maiores personalidades deste Bairro foi Moacir Scliar, nosso grande escritor, cronista, romancista e ensaísta porto-alegrense, médico sanitarista, professor universitário, Imortal da Academia Brasileira de Letras, aqui nascido em 23 de março de 1937 e falecido recentemente, em 27 de fevereiro de 2011.

Fiz estas fotos numa manhã de domingo, após uma noite chuvosa. Nelas mostro:

- Cenas do “Parquinho da Redenção” onde se estendeu uma faixa anunciando a tradicional Festa Sionista na (rua) João Telles;

- o Mercado Bom Fim, ponto tradicional da esquina da Av. Osvaldo Aranha com a Av. José Bonifácio com suas bancas que vendem flores, revistas, e artesanato, e que conta também com barzinhos tradicionais, ideais para se tomar uma cerveja e conversar.

- Monumento comemorativo ao Centenário da primeira Imigração Judaica para o Brasil, oferecido à Cidade pela Federação Israelita do RS, e inaugurado no dia 18 de outubro de 2004.


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Fontes do resumo histórico:

Site “OBSERVA-POA

Site “A REDENÇÃO” 

2 comentários:

jc disse...

Muito lindo...estás sempre de parabéns pelas imagens e pelos textos.

Evandro disse...

Estás sempre atenta, hein?

Que bom poder contar com a tua força!

Abração. Carinho.