sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Flagrantes da Praia


A CONCHA E O SIRI





 

Poucos minutos separam a primeira foto das outras quatro. Os lugares também se distanciam apenas alguns metros.

A concha estava ali. Oca, vazia, sem mais vida, conservando apenas a beleza de suas cores e a harmonia simétrica e quase monocromática de sua forma. Esperava que alguém a fotografasse. Foi o que fiz. Depois, guardei-a e levei comigo.

Então o sirizinho surgiu. De repente. Apressado. Arisco. Assustado. Com cara de poucos amigos. Com porte agressivo, como se fosse um monstro pré-histórico prestes ao ataque. Encaramo-nos e por algum tempo ficamos nos estudando. Vi que ele se surpreendeu com a minha ousadia diante da sua carranca quando percebeu que não me metia medo. Ficou me olhando.

Acho que depois da primeira foto ele gostou da experiência, pois percebi no seu semblante que ele simpatizou comigo. Tanto assim que fez mais poses, procurando mostrar-me o seu lado mais fotogênico, vaidoso e cheio de esperança com a possibilidade de se tornar conhecido. Afinal, tornar-se famoso é o sonho de tantos!...

Pena que depois disto ele seguiu seu destino e não pude descobrir onde residia. Assim, não consegui enviar-lhe as fotos. Acredito que ele gostaria de mostrá-las aos amigos. De qualquer modo, tenho certeza de que a partir de agora ele já conquistou a fama com que sonhou.

Evandro

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