quarta-feira, 10 de junho de 2009

Às vezes a gente descobre

"LÁPIS CAFÉ"
UM POUCO DE NOSTALGIA







Crianças são fascinadas por coisas coloridas. A cor atrai, encanta, inspira. E muitas vezes, depois de grandes, nos desperta reminiscências. As cores que nos embalaram a infância acompanham nossas imagens oníricas mesmo quando estamos despertos. 

Colecionar objetos - talvez um simples passatempo... Quem sabe, o desejo inconfesso de possuir algo. Se não o mundo, pelo menos uma pequenina parcela dele. Para nós. Só para nós. Para o nosso deleite. E quem, quando menino, não colecionou algo? Ou pelo menos não reuniu algumas peças que mais lhe chamavam a atenção? 

Nesses tempos ditosos que já se perdem nas brumas do passado, eu colecionava lápis. Melhor, ajuntava lápis. Iam todos para uma antiga caixa de madeira que fazia parte do meu acervo. Não eram muitos os brinquedos que eu tinha. 

Naquela caixa permaneciam ocultos dos demais olhares. Eram meus. Só meus! Vez por outra eu a abria e os colocava sobre a mesa ou na cama, só para vê-los. Para tocá-los. Para brincar com eles. 

Eram coloridos. Uns traziam publicidade de alguma empresa, ou marca famosa. Outros, simplesmente tinham cor, embora não fossem lápis de cor. Só grafite. Preto. Com os quais, algumas vezes, em ensaiava meus rabiscos. Minhas eternas garatujas. Depois voltavam para a caixa, longe dos olhares invejosos de alguém que pudesse surrupiá-los de mim. 

Os meus lápis!... Onde andarão os meus lápis de menino!?... 

......... 

Dia desses eu os reencontrei. Claro que não são os meus, mas de alguém que os aprecia tanto quanto eu. Só que "no meu tempo" eu não sabia o que fazer com eles. Agora estão ali. Lindos! Arrumadinhos, conservados, envidraçados, emoldurados. Não mais ocultos aos olhares cobiçosos, mas bem à vista, como numa exposição de arte. Aliás, ali é uma exposição de Arte. A mais autêntica. Que vale visitar. Que precisa ser divulgada, vista e degustada com calma. Acompanhada, por que não? de um bom café, cheiroso como aquele que as avós faziam nos tempos da infância. 

É isto aí, Rogério. Gostei do teu "Lápis Café". Muito. Demais. Não tomei o café, ainda, mas em compensação deliciei-me com a harmoniosa beleza dos lápis que colecionaste. É de dar água na boca. O teu café e os lápis. Qualquer dia eu volto. Pode anotar. 

* * * 

O "Lápis Café" fica no Shopping Total, na esquina da Alameda das Artes, bem em frente à chaminé da antiga Cervejaria Continental. Nele há dois ambientes, o do café, com seus petiscos e o da livraria. O local é agradável e acolhedor. O Shopping localiza-se nos belíssimos prédios que pertenceram à Cervejaria Brahma, na Avenida Cristóvão Colombo.

Evandro

2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Evandro,

Adentrei no teu blog e logo me deparo com um texto que toca fundo, pois é exatamente
essa paixão e o carinho que possuo aos lápis que captaste - e isso foi uma herança que
meu pai deixou - sendo assim mais me sinto orgulhoso de levar essa coleção para dividir
com as pessoas - principalmente por aquelas que valorizam e entendem que cada um deles
carrega uma lembrança e uma história.

Muito obrigado pela tua sensibilidade - justifica-se meu esforço e de todos que me
ajudam nessa caminhada.

E assim vamos rascunhando os projetos da vida, cheio de traços e borrões, mas vamos
levando a vida numa linha contínua e pra frente.

Um grande abraço,

Rogério Sartori
Lápis Café

Evandro disse...

Rogério.

Estou feliz por que gostaste do meu post.

Acho que todas as pessoas que "tiveram infância" sempre descobrem muita coisa em comum entre si. Parece que é o nosso caso.

Independente da época em que essas vivências aconteceram, elas, com certeza, nos marcaram profundamente e continuam exercendo sua influência na nossa personalidade.

Que bom que temos coisas bonitas pra contar!

Que bom que podemos compartilhá-las com quem as queira ouvir!

Um abraço do

Evandro