domingo, 18 de setembro de 2011

O Amor por princípio...


TEMPLO POSITIVISTA DE PORTO ALEGRE
- Parte II -


No interior do templo, decorado sobriamente, destacam-se um altar com a pintura de bela mulher com um filho ao colo, que personifica a Humanidade, a qual é definida como sendo “o conjunto de seres humanos convergentes, passados, futuros e presentes”. Este altar é ladeado pelas Bandeiras do Brasil e da França e tem à sua frente um quadro com a figura de Comte. 

Na parede, de um lado e de outro do altar, estão treze figuras em bronze, com os rostos de grandes personagens da História (religião, literatura, filosofia, ciência e política), que emprestam seus nomes a cada um dos treze meses que compõem o Calendário Positivista: Moisés, Homero, Aristóteles, Arquimedes, César Augusto, São Paulo, Carlos Magno, Dante Alighieri, Gutenberg, William Shakespeare, René Descartes, Frederico II e Marie François Bichat

À frente do altar encontra-se um púlpito, com a inscrição “Vien dietro a me e lascia dir le genti” (*) 

A estrutura interna é feita em madeira trabalhada, como a escadaria e o corrimão que leva ao mezanino, de onde se tem uma bonita vista do templo, além do teto e do assoalho, também de madeira. 

Minha visita ao Templo Positivista concretizou um projeto que há tempos eu vinha alimentando. Gostei imensamente do que vi e do pouco, muito pouco, que consegui aprender no curto espaço de tempo em que ali estive. 

Não é minha intenção tornar-me um Positivista, mas confesso que simpatizei deveras com o que vi e ouvi, e pretendo voltar lá outras vezes. Trata-se de filosofia da qual pode-se discordar em muitos pontos, - o que não é o meu caso, em face da minha falta de conhecimento - entretanto julgo-a venerável e merecedora de todo respeito e admiração. 

O Positivismo exerceu influência significativa na História do Brasil e em particular no Estado do Rio Grande do Sul onde nomes ilustres nela inspiraram suas vidas, suas ideologias e suas convicções. Não cabe, aqui, fazer registros históricos, mesmo porque a literatura e as fontes de informação são abundantes e os que tiverem interesse saberão encontrá-las com facilidade. 

De qualquer modo, asseguro que sinto-me gratificado pela experiência. Valeu a pena. 

Evandro









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(*) A inscrição é encontrada em Dante Alighieri (1265 – 1321), A Divina Comédia, Purgatório, Canto V, versos 13,14 e 15, e em tradução livre diz mais ou menos assim: “Vem atrás de mim e deixa que falem”. Na tradução para o Português, feita por José Pedro Xavier Pinheiro (1822 – 1882), os versos tomam esta forma: 

13 “Segue-me. Às vozes vãs, ouvido escasso!
14 Qual torre, inabalável, sê dos ventos
15 À fúria opondo válido embaraço;
(...)”

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Agradeço ao Mestre Afrânio Capelli, ao Cel. Sergio Fett Sparta de Souza, ao Prof. Feliciano Tavares Monteiro e ao Assessor Erlon Jacques de Oliveira pela acolhida fraterna que me proporcionaram e pela fidalguia com me guiaram.


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Fontes:

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