domingo, 7 de fevereiro de 2010

Avenida Independência - I

UM TEMPO QUE FOI






Porto Alegre, nos decênios mais recentes, sofreu profundas trans- formações em sua paisagem natural e urbana. Muita coisa bonita deixou de existir, como o Auditório Araújo Viana com sua concha acústica, bancos de cimento e jardins com flores e cercas-vivas junto ao Theatro São Pedro, para dar lugar ao Palácio Farroupilha. No Centro, perto do Mercado, havia a graciosa estação férrea Ildefonso Pinto, o Mercado Livre e outras tantas construções que ficaram apenas na memória de quem as conheceu.

Felizmente, outras tantas têm sido preservadas, restauradas e conservadas, dando testemunho de que, apesar da insensibilidade de alguns (muitos?), ainda somos uma cidade civilizada.

Temos ruas, praças e avenidas de surpreendente beleza, mesmo para as pessoas que aqui vivem e que, vez por outra, se surpreendem ao observar mais atentamente recantos que sempre lhes passaram despercebidos.

A Avenida Independência é um desses lugares. É moderna, tem um acentuado fluxo de trânsito, edifícios de arquitetura arrojada, mas pode-se nela encontrar casas antigas intactas, conservadas e restauradas com extremo cuidado. Claro que há também alguns exemplares que, ao serem descobertos pelo nosso olhar perscrutador, nos causam certa indignação, pois não se compreende como puderam ser relegados a tal abandono, chegando ao estado de decomposição em que hoje se apresentam.

Nesta primeira parte de fotos feitas na Avenida Independência, dois breves exemplos daqueles muitos que se descobre em diversos pontos deste meu jardim, quando por ele se anda com cuidado de observador atento.

Primeiramente, não há como ignorar o estado deplorável em que se encontra o velho – mas não tão velho assim – edifício de construção inacabada (primeira foto), que chegou a abrigar o magnífico Teatro Leopoldina, de saudosa memória, e que por alguns anos também pertenceu à OSPA (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre).

Ao seu lado, encontramos esta bela construção, com sua cúpula em destaque, conservando ainda vestígios de sua beleza original, embora esteja, praticamente, em ruínas. Ergue-se, em suas decadentes mas encantadoras formas arquitetônicas, pouco acima da Rua Gen. João Telles, e pode ser observada de diversos ângulos, como os destas cinco fotos. Certamente teria sido maravilhosa em seus tempos de glória.

São contradições desta minha encantadora Porto Alegre que não há como explicar racionalmente.

Na seqüência, procurarei não mostrar mais ruínas, pois estas não chegam a ser em quantidade tão assustadora como pode parecer. Felizmente!

Evandro

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