DOMINGO NO PARQUE
Segunda Parte
Segunda Parte
Hoje dou continuidade à recente inserção que fiz sobre o Brique da Redenção. Como não canso de registrar, ali se encontram as "tribos" mais diversificadas. Entretanto, penso que a alma do Brique, assim como de todo o Parque da Redenção, são aquelas pessoas, simples e humildes, em sua maioria, que trazem vida ao domingo porto-alegrense através de sua arte. Sim, são artistas, sem contestação. E na sua singeleza de saltimbancos, trazem emoção e beleza que a todos encantam. Assim, eis aqui mais alguns desses personagens tradicionais, sem os quais o Brique não seria, com certeza, o mesmo.
Entre os que compõem o grupo "Arte na Rua", encontramos as "estátuas vivas". Vocês já conhecem o "anjo" e muitos outros. Este aqui é o "garçon" que, imóvel, aguarda que os passantes coloquem uma moeda em sua caixinha, para que ele execute sua performance.
Este, o "poeta", encanta a todos os que o ouvem declamar as mais belas poesias de autores brasileiros. Não sei o seu nome, mas aqui o chamo de declamador-poeta. Do barroco ao romantismo, seu repertório inclui uma infinidade de poemas recitados com alma e talento.
O bonequeiro traz à cena da rua a sua arte teatral. Utilizando-se de bonecos minúsculos, manipulados diante de uma lente, oferece a um único espectador de cada vez a oportunidade de assistir em seu pequenino "Teatro de Bonecos", encenações de histórias que levam ao país dos sonhos.
Acima, um dos virtuoses dentre os muitos instrumentistas dominicais que fazem a alegria do Brique. Seu nome, Antonio Sanguinetti. É nome para ser gravado. Violonista de altíssimo nível, é conhecido pelas interpretações impecáveis de compositores brasileiros, como Villa-Lobos e Ernesto Nazareth, entre outros. Este é mestre.
Mais um violonista que vez por outra é visto mostrando seu trabalho. Não é muito conhecido – pelo menos eu não o conheço tanto, pois são raras as vezes em que nos encontramos. Não é freqüentador assíduo do Brique, mas sempre que por lá aparece, tem o seu público fiel.
Aqui, o mais popular e conhecido de todos. Homem humilde, intérprete peculiar por sua arte instrumental, o "seu Zé da Folha" toca... folha de árvore! Acompanhado pelo violão, marcando o ritmo com um pandeiro que é acionado pelo pé, o Zé da Folha coloca entre os lábios uma folha nova, bem verdinha, e encanta os ouvintes com interpretações de músicas bem ao gosto popular. Inclui-se entre os mais antigos integrantes do Brique e é reconhecido em toda a Cidade.
No Brique também tem banda. E orquestras. E conjuntos musicais e grupos de dança que fazem a festa de todos. Esta é a "Banda Marcial Juliana", do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, mais do que centenária instituição de ensino de Porto Alegre, fundado em 23 de março de 1900. A Banda foi criada nos anos de 1930 e é uma das muitas bandas escolares da Cidade.
Por isto – e por muito mais – o Brique e, em particular, o "meu" Parque da Redenção, são temas constantes de minhas fotografias e parte do meu orgulho de ter nascido neste "meu Jardim".
Evandro
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