NUNCA
SE PERCA EM LISBOA
Não
há como se perder em Lisboa. Mas... pode acontecer, por que não? Em situações
assim não entre em pânico. Aproveite para curtir – e fotografar – detalhes aos
quais nem sempre damos importância. Desenhos das calçadas e praças com as “pedras
portuguesas”, sacadas em ferro trabalhado (quase sempre decoradas com roupas
coloridas), os “frades de pedra” (iguaizinhos a alguns dos que ainda se
encontram em Porto Alegre), alguma estátua ou monumento quase oculto num
recanto de jardim... ou os nomes pitorescos e românticos das ruas, becos,
ladeiras, travessas, “escadinhas” e largos.
Algumas
vezes me dediquei a este último exercício (sem esquecer os outros, que ainda
vou lhes mostrar em postagens futuras). Há nomes belíssimos, como o Beco da
Rosa, Rua dos Remédios, Escadinhas de Santo Estêvão, Rua da Hera. Há nomes bucólicos
e curiosos, como Travessa do Poço dos Negros, Rua do Vigário, Travessa das
Galinheiras, Calçada dos Cesteiros. E os que evocam personagens ilustres, como
Largo Doutor Bernardino António Gomes (Pai, é bom deixar bem explicado), Rua Almeida
Brandão, Largo do Chiado (António Ribeiro Chiado, Poeta do Século XVI) e como
não poderia deixar de ser, a Praça Luís de Camões, o grande Poeta. Além de
muitos outros, naturalmente.
É
bom andar em Lisboa. Caminhar sem rumo certo, sem itinerário estabelecido,
deixando-nos conduzir pela intuição que jamais nos decepciona, pois sempre leva
a lugares que nos surpreendem e emocionam pela sensação de reencontrar algum
fragmento de passado que, no íntimo, sabíamos que existia. Reminiscências,
talvez, do que em tempos remotos, tenha feito parte de nossa vida, mas o
destino, por desígnios inescrutáveis, tentou ocultar, sonegando de nossas
lembranças. Talvez!...
Evandro
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