21 de abril de 2010. Feriado de Tiradentes. O dia está frio e nublado. A garoa cai o tempo todo. E aqui estou eu nestas lonjuras, num ponto qualquer do distrito de São José da Porteirinha, Município de Dilermando de Aguiar, distante uns sessenta quilômetros de Santa Maria.
Não fosse pelo sussurro do vento que vez por outra sopra com mais intensidade, o silêncio é quase absoluto. Nem o canto de um pássaro. Nem pessoas passando.
O que vejo me dá a sensação de deserto. Muitas terras. Raros cultivos. Um que outro animal pastando, ao longe. Apenas algumas casas humildes, separadas por grande distância. Caminhos toscos, mal conservados. A estrada principal está molhada, lamacenta e escorregadia devido ao chuvisqueiro incessante.
Meu intento era fotografar um pouco da região. Sei, por informações colhidas aleatoriamente, que há lugares bonitos por aqui. Há pontos mais elevados de onde se descortinam paisagens interessantes.
Contudo, neste dia, especialmente neste momento, o cenário é desanimador. O céu está acinzentado. A vegetação em volta é de um verde escuro horroroso que não consigo definir. A visibilidade é precária. Luz e sombra se misturam e se diluem numa indescritível indecisão. Não há contrastes. Estou desolado. Minha câmera evita focalizar qualquer ponto que seja, pois tentar compor algum quadro, nestas circunstâncias, é difícil para mim, apaixonado que sou pelo Sol e pela claridade.
Então, vem a inspiração. Se o cenário é este, vou tentar mostrá-lo como o vi e senti. Por que não? Nem sei mais quando foi a última vez que fiz uma foto em preto e branco e agora a oportunidade me cai, literalmente, do céu!...
Resolvido o problema, eis aqui cinco fotos que fiz nesse dia.
* * *
Nenhum comentário:
Postar um comentário