TRAMANDAÍ, RS
As praias, para mim, são sempre
lugar de contemplação. Não gosto de praias cheias de gente, como acontece por
aqui durante o verão. Prefiro as areias
largas, extensas, sobre as quais o mar se projeta manso, macio, em forma de
espumas, transformando-as de repente em espelhos efêmeros que refletem o céu,
as nuvens e as poucas pessoas – pequeninas e distantes – que ali estão em busca
da mesma serenidade, paz e sossego que eu também procuro.
Adoro o mar. O cheiro da maresia me
encanta e inebria. O nascer e o por do sol no mar e na praia são momentos mágicos que me fascinam
e emocionam. Não existe um nem outro igual ao que o antecedeu. Cada um é um
espetáculo único, que jamais se repete, em tempo algum. Sempre novo. Sempre lindo. Eternamente maravilhoso!
Mas o mar, nas grandes enseadas e nos
recantos rochosos me causa medo. Aprecio-o. Venero-o. Reverencio-o como quem
reverencia deuses pagãos desde épocas primitivas e imemoriais. Mas ao
se precipitar com impetuosidade sobre as grandes pedras e de encontro aos
imensos paredões, sinto seu rugir assemelhar-se ao vozeirão medonho de uma fera desconhecida e
indomável sempre pronta a devorar impiedosa qualquer ser que ouse enfrentá-la. Por
isto, gosto mesmo é das imensidões planas onde a linha do horizonte é tênue o
bastante para transformar areia, mar e céu num cenário único e indivisível sem
contrastes bruscos e acentuados, mas, ao contrário, sutilmente harmônico.
Gosto das dunas e de caminhar na areia fina,
microscópica, sobre a qual o vento cria esculturas e desenhos jamais imaginados
pelas mentes dos artistas mais portentosos. E gosto, também, de fotografar tudo
isto, como fiz recentemente, e cujas fotos, em parte, mostro hoje pra vocês.
Evandro
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