Há dias em que não se torna necessário sair à cata de imagens para fotografar. Elas surgem, espontaneamente, pois, na realidade, estão em todo lugar. Basta estar ligado. Se não estão à nossa frente, ou não ficaram para trás, com certeza aguardam, tranqüilas e sem alarde, ao nosso lado, à beira de uma estrada, por exemplo. Sem as perceber a gente pode passar por elas e a oportunidade estará definitivamente perdida. Mas... elas nos chamam à atenção e aí basta dar-lhes a alegria de guardá-las para que nunca se percam.
- Uma tapera à margem da estrada -
Assim eu a denominei. Não sei se é exatamente isto, mas o cenário estava lá, montado, pronto, necessitando apenas de alguns cliques para se transformar em fotografias. Saí de Canela, passando por Gramado, na direção de Porto Alegre. Em determinado ponto, uma bifurcação, à direita uma estradinha de terra, que levava, certamente a algum lugar. Todas as estradas levam a algum lugar. Era cedo da tarde, o sol ainda estava alto e não havia pressa em chegar. Então, segui por ela. Sem qualquer motivo. Apenas para descobrir aonde ia. Menos de um quilômetro à frente, lá estava ela, solitária em abandono bucólico. Estacionei junto à cerca de arame, enquadrei-a, apertei o disparador duas vezes. Só duas. Estas aqui. Então, voltei à rodovia. Agora eu já sabia aonde aquela estradinha levava.
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